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Como nós, seres divinos, nos manifestamos aqui na Terra? De que maneira isso acontece e qual a relação de cada elemento em nós neste planeta com cada elemento espiritual?
Para começar, é importante você saber que aqui na Terra está tudo de ponta cabeça. É tudo o contrário do que a gente imagina. Desta maneira, o ego é exatamente o oposto da nossa parte espiritual.
Vou te dar alguns exemplos: o nosso “eu real” ama incondicionalmente, do mesmo jeito que Deus só ama. Eu brinco e lembro que quando a gente diz “Eu amo”, estamos usando um verbo transitivo que exige um complemento. Ama o que? Ama quem? Ele exige um objeto para encerrar a frase – algo como “Eu amo a vida” ou “Eu amo tal pessoa”.
Mas o simples ato de “amar”, quando “amar” se transforma num verbo intransitivo, é próprio do Divino. O Divino ama. Ponto. E o Divino em nós também é assim. Mas o nosso ego não é assim não. A pessoa que cada um de nós é aqui na Terra não é assim. A pessoa ama alguma coisa, e ela ama com condições. Até mesmo um filho. Eu amo meu filho, quando ele é um bom filho, se comporta bem, é alguém na sociedade, tem um emprego. Aquele filho que dá problema a gente pode até amar, mas ama diferente. Tem uma condição ali.
Existem, então, estes dois tipos de amores: com condições ou incondicional. Em todos os fatores somos assim. O ego e a sua parte espiritual vivem em constante oposição.
Outro exemplo é a mente. A mente cósmica (a mente Divina) é uma mente sábia. É aquela parte em nós que, de repente, a gente simplesmente sabe o que fazer. Tem uma força interna em você que deixa tudo claro e te guia, sem muita explicação. É uma mente que tem sabedoria e, de certa forma, uma inteligência abstrata.
Já o ego não tem essa inteligência nem essa sabedoria. O ego, a pessoa que vive dentro de nós, tem uma mente estrategista que quer alguma coisa. É uma mente que deseja. Deseja, por exemplo, a sobrevivência, a segurança e o conforto. Então, ela vai direcionar a sua vida para que você tenha isso. Portanto, é uma mente que busca algo e que utiliza a sua inteligência nesta conquista.
Bem diferente da mente Divina, que é sábia, certo?
Meu objetivo aqui é deixar bem clara essa diferença entre o ego, essa pessoa que você habita na existência terrena, e o seu eu espiritual, que é quem você é de verdade.
A Santíssima Trindade
Para que você entenda melhor, é mais ou menos assim: a parte espiritual em nós e em Deus, também, é vista em muitas religiões como um triângulo apontando para cima. Para facilitar sua compreensão, lembre-se da Santíssima Trindade ensinada no Cristianismo, que menciona Pai, Filho e Espírito Santo.
O “Pai” está na ponta superior do triângulo, representando o poder, a vontade e a lei. Embaixo, do lado esquerdo do triângulo, a gente tem o “Filho”. E o que é o “Filho”? No caso do Cristianismo, é Jesus Cristo, que carrega a força do amor e da compaixão. Que amor? Aquele amor Divino, que é incondicional. No outro lado do triângulo surge o “Espírito Santo”, que é sabedoria e simplesmente sabe e é, e mantém todas as coisas simplesmente acontecendo como acontecem.
Esse mesmo triângulo não existe somente no Cristianismo. Existe também em outras tradições religiosas, como no Hinduísmo e no antigo Egito, mas sempre significam a mesma coisa: o poder, o amor e a sabedoria.
E esse mesmo triângulo a gente tem dentro de nós porque todos nós somos a mesma coisa que o Divino. Só que em menor escala. Eu gosto muito de dar o seguinte exemplo: você já ouviu falar em fractal? Se você pesquisar na Internet, você vai achar desenhos lindos, cheios de formas, diferentes, coisas como espirais. O fractal é assim: o grande é igualzinho ao pequeno. Se você pegar uma fração do fractal ele é igual ao grande, a coisa completa. Por exemplo, na natureza, a gente tem a samambaia. Um pedacinho dela é igual à samambaia inteira. Nós somos fractal de Deus. Então, se Deus é Pai, Filho e Espírito Santo, o ser humano, na sua parte espiritual, é a mesma coisa. Somos, portanto, um fractal desse enorme Divino.
Mas onde nós somos isso? Em que parte da gente? No seu eu real, na sua alma. Então sua alma também tem este triângulo. E o que tem lá? Tem poder, amor e sabedoria também. Eu costumo dizer que esse lugar em nós está no nosso peito, próximo do nosso coração físico. É nesse espaço que habita, portanto, o nosso eu real. É onde a gente sente o amor. É onde a gente sente a paz e ate onde sentimos o poder e a sabedoria.
E o ego, como ele é? O ego é a mesma coisa, só que tudo de ponta cabeça e ao contrário. No ego, aquele triângulo está exatamente ao contrário, de cabeça para baixo, com a sua ponta voltada para baixo. E aí precisamos entender o significado de cada ponta do triângulo nesse novo contexto.
Naquela ponta onde fica a sabedoria, agora fica a mente humana. Que mente é essa? É aquela mesma da qual o “cabeção” faz parte. Aquela mente que é boa em muitas coisas, mas que faz uma confusão danada. É a mente racional que deseja as coisas, que só pensa em sobrevivência, conforto, segurança, amor e prazer. É isso que a mente quer. Isso é a mente do ego, que tem uma correspondência com a sabedoria do triângulo da alma, mas é tudo ao contrário. Na outra ponta do triângulo da alma, como eu disse, está o amor incondicional. Nessa posição invertida do ego, estão as emoções. E a raiz de qualquer emoção desse triângulo do ego é o medo.
Quando eu amo alguém eu estou com medo? O pior é que sim. A gente ama aquela pessoa e, ao mesmo tempo, tem medo de perdê-la. A gente ama a vida, mas tem um apego a ela e, com isso, o medo de perdê-la. Então, a raiz das emoções humanas é o medo.
Já no ápice do triângulo da alma eu disse que está o Pai, a lei, o poder, a vontade. No ego, no triângulo invertido, essa ponta, que agora está na parte inferior do triângulo, é ocupada pelo corpo físico e a vida do corpo. O corpo tem muitas vontades. Ela é uma máquina que funciona maravilhosamente bem. Ele representa na matéria a vontade e o poder. Olha só o poder que o corpo tem: ele gera até outro corpo. Não é incrível? É um poder absoluto, mas também o que ele quer é a sobrevivência, o conforto, a segurança e o prazer. E tudo aqui neste triângulo do ego gira em torno disso tudo. Tem algo de errado nisso? Não, mas o problema é que tudo isso passa. O triangulo do ego tem dia do nascimento e dia da morte, e ele está fadado a se dissolver com tudo o que ele tem porque a única coisa que permanece é a alma ou o eu real.
Continue acompanhando nosso trabalho para entender mais sobre o propósito da vida e encontrar a sua Felicidade plena.
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