Eu posso te dizer que a minha vida foi movida por perguntas. Pois é! Daria, fácil, para preparar uns dois ou três episódios mostrando como, de fato, a vida da gente pode sim ser movida por perguntas. E por que eu estou falando sobre isso? É que eu recebo muitas perguntas e de diferentes maneiras. Pode ser, por exemplo, por meio do formulário que tenho no meu Canal do Youtube (“Mande sua pergunta para o quadro Fala, Catia!”). Pode ser pelo Instagram, pelo Facebook, pelo Messenger, por email. São centenas de perguntas e, obviamente, eu não consigo ler todas. É bom que você saiba eu tento priorizar para responder as perguntas que chegam pelo formulário do YouTube. Ainda assim, mesmo quando não respondo, leio muitas e muitas perguntas. Leio textos imensos e percebo a dificuldade que muitas pessoas têm simplesmente de elaborar uma pergunta. Muitas vezes, mesmo depois de ler textos bem grandes, eu simplesmente não consigo localizar a perguntar da pessoa. Será que havia mesmo uma pergunta?
Então, eu queria contar para vocês sobre a importância de efetivamente fazer a pergunta que te aflige. E como a nossa vida pode ser movida por uma pergunta real.
A importância de efetivamente fazer a pergunta que te aflige
Eu me lembro da primeira grande pergunta que eu fiz na minha vida, que foi: Por que o sofrimento existe? Por que as pessoas precisam sofrer? Eu tinha essa pergunta e eu era criança. Quando eu, de fato, consegui elaborar essa pergunta, eu acho que tinha 12 anos. Antes disso, ela era apenas um ponto de interrogação sozinho, sem a pergunta elaborada. Ou seja: era apenas um não entendimento de algo. Um dia, a minha mente conseguiu elaborar esta pergunta e eu senti que era uma pergunta real e válida. A partir daí, comecei a observar que vários acontecimentos da minha vida eram respostas a esta pergunta. Mas é claro que eu só consegui perceber isso mais recentemente, numa idade mais madura, depois de ter aprendido muitas outras coisas ao longo de uma vida toda de pesquisas e muitas outras perguntas.
Depois desse primeiro episódio, dos meus 12 anos, eu me lembro de perguntar se pessoas iluminadas existiam hoje. Passei muitos anos da minha vida estudando a vida de grandes mestres e figuras do passado, como Buda, Cristo, Pitágoras. Esses grandes mestres e filósofos. Eu me questionava: Morreram todos? Não existe alguém assim hoje? Então, o mundo me respondeu por meio de um livro que caiu na minha mão: “Um Novo Mundo – O Despertar de Uma Nova Consciência”, de Eckhart Tolle. Daí para frente, a vida me trouxe muitas vezes respostas a essa pergunta.
Uns três anos atrás, eu tinha outra pergunta interna: Existe mestre? Existe guru? Existe mesmo essa história de professor espiritual? Cadê? Essa pergunta veio porque, ao longo da minha vida e das minhas viagens pelo mundo, eu de fato conheci muitos professores espirituais. E encontrei também o ego deles. Todos têm! O ser e o ego, todos nós temos, sem exceção. Somos seres humanos. Então, por isso, eu me perguntava se existia mesmo esse tal guru praticamente desprovido de ego, que te direciona na vida, que te guia à iluminação. Era uma pergunta bem formulada, que vibrava dentro de mim. Um dia, eu estava com o Jim, meu atual marido, subindo uma montanha, quando um casal se aproximou de nós e começou a puxar conversa com a gente. De repente, o homem nos disse que tinha um guru. Eu pensei: Ué, essa era a minha pergunta! O homem contou que o guru dele era um senhor de 80 anos que fazia altas escaladas até hoje nesta idade. E acrescentou que o guru subiu grandes montanhas e era um exemplo de vida. E foi-se embora.
Eu pensei: É só a gente ter a pergunta clara que a vida responde, de um jeito ou de outro, por meio de alguém que cruza o seu caminho, por exemplo, como tinha acabado de acontecer comigo. Ou por meio de um livro que chega às suas mãos ou mesmo graças a um novo acontecimento. A vida está sempre conversando com gente e, neste dia, eu cheguei à conclusão que o grande guru ou o professor espiritual que temos de verdade é nossa existência, a nossa vida conversando com a gente. É o caso, por exemplo, deste texto chegando até você – é a sua vida conversando com você, não sou eu! Mas, para que isso chegue a você, é muito importante, às vezes, que você tenha dentro de você uma pergunta vibrando no seu peito. Todos nós temos muitas perguntas, que eu sei. Perguntas do “cabeção”. Nosso “cabeção” é muito curioso!
Quais perguntas nos direcionam na vida?
Mas existem perguntas fundamentais, que nos direcionam na vida. Então, perceba a importância de fazer a pergunta. Como eu dizia no início, eu recebo muitas perguntas e muitas delas eu não sou capaz de entender o que a pessoa queria de fato saber. Como, afinal, a gente elabora uma pergunta? Para quem tem este tipo de dificuldade, minha dica é: a elaboração de uma pergunta não vem da mente. Vem da necessidade de direcionamento para o seu caminho nesta vida, aquele caminho que muitas vezes te conduz ao inevitável: à Felicidade. Esta pergunta que te conduz ao seu caminho não está na mente, ela vibra no seu coração. É diferente das demais. Ela te move.
Eu deixo um convite para você: acalme a sua mente! Eu sei que você vai responder que sua mente não para de falar, de te perturbar… A mente é mesmo assim. Todas elas são. O que eu quero dizer para você com essa dica é: acalme-se. Pare. Você está muito apressado, muito afobado, você está correndo demais, está atropelando, caindo. Agindo de maneira estabanada, e ninguém chega a lugar nenhum assim. Respire fundo. Perceba cada coisa que você faz. Beba um copo de água realmente bebendo e sentindo um copo de água. Esteja mais presente no seu momento presente. Faça uma caminhada, por exemplo, sentindo seus passos, um a um. Ou faça uma refeição saboreando o que está comendo, reparando nos sabores e texturas do seu prato. Ouça uma música prestando atenção nela. Assista o por do sol. Perceba as formigas andando no seu quintal ou mesmo uma borboleta voando por ali. A ideia é realizar qualquer um desses exemplos usando toda a sua atenção. E note que, quando você faz isso, parece que você para. E, ao exercitar esse “parar”, essa calma vem para o seu corpo. Um certo relaxamento chega no seu corpo. E o processo dos pensamentos fica um pouco mais lento. E, então, observe que pergunta existe dentro de você. E você pode fazer essa pergunta para si mesmo, para o universo. Deixe essa pergunta vibrando dentro do seu peito. Talvez você possa até mandar essa pergunta para o nosso canal, por meio do nosso formulário no YouTube. E será uma pergunta muito boa, eu tenho certeza.
Esse texto, portanto, tem como objetivo te convidar a esta reflexão: a importância de fazer perguntas. Não qualquer pergunta. A pergunta. E elaborar, lentamente e com calma, que pergunta está vibrando dentro de você. Esse é o propósito do Canal Ser Felicidade: ajudar você a elaborar a sua própria pergunta. Como? Te impulsionando a sair do turbilhão da mente, da insanidade da mente e te ajudando a encontrar um lugar de paz em direção ao ser que você é de verdade.
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