Para falar entre o equilíbrio entre razão e coração, eu vou usar um exemplo meu. Eu percebo que o nosso coração tem desejos e estes desejos não são exatamente sobre coisas.
Quando eu falo coração, estou me referindo ao seu “sentir”. O que o coração deseja é ter certas experiências. Perceba como a gente busca passar por certas experiências na vida.
Pode ser, por exemplo, a vontade de viajar e conhecer um lugar novo ou experimentar um grande amor ou simplesmente trocar de carreira. Nós temos muitos desejos assim, e são todos do coração.
Mas tem uma hora que o tal desejo precisa esperar um pouco. É quando entra a história da razão.
Vou te contar um desejo que o meu coração tem me mostrado. Como muitos sabem, eu moro na Califórnia, nos Estados Unidos, e aqui é muito comum as pessoas terem um trailer. Não necessariamente um trailer novinho, pode ser um usado, porque é um jeito barato de viajar.
Os Estados Unidos são um país muito grande, maior do que o Brasil, com muitos parques e lugares até inabitados para se visitar.
Então, dentro do meu coração nasceu esse desejo de ter um trailer, de colocar minhas coisas lá dentro e viajar por todos os estados do país. Conhecer diferentes parques, ir até o Alasca ver ursos caçando salmões. Cada vez que penso nisso, meu coração se enche: “Oba, uma aventura”.
Aí eu penso: vamos comprar um trailer. E nessa hora vem a razão e fala assim: “Catia, não é hora de comprar um trailer, quanto custa um trailer?, você acabou de adquirir outra coisa. Vamos pagar as contas primeiro. E, depois, quando tiver dinheiro suficiente, você compra o seu trailer. Neste momento, a Catia consciência escuta a razão.
Mas como é que a gente sabe colocar na balança essas coisas?
Eu vou dar aqui umas dicas que recebi de Howard Wills. Ele é um professor espiritual que mora no Havaí. É um cara extremamente prático. Ele é muito de bem com a vida, muito feliz. Ele fala assim: “Espiritualidade é praticidade”. Howard acha que a gente tem que ser prático e que não pode viver no mundo da lua. Precisa ter os pés no chão para fazer as coisas certas.
Veja suas cinco dicas sobre esse tema:
DICA NÚMERO 1: SEJA UM BOM CIDADÃO
O que é ser um bom cidadão? Ora, é perceber que você está numa comunidade e que, por isso, você tem que pensar nos outros também, e não somente em si mesmo. Afinal, você mora em determinado local que tem certos costumes. Por isso, você tem que se adaptar a esses costumes e às pessoas à sua volta.
Por isso, o desejo do coração é importante, mas às vezes você tem que considerar que é importante ser um bom cidadão.
DICA NÚMERO 2: PAGUE SUAS CONTAS
Por que? Porque, se você tiver dívidas, a sua mente vai ficar falando tanto com você sobre isso que você não vai conseguir fazer coisas importantes – como meditar legal, cuidar de si mesmo ou ser amoroso e gentil com a sua família. Isso porque a mente vai sempre estar te lembrando daquele problema financeiro que você tem.
Assim, procure, na medida do possível, não fazer dívidas desnecessárias.
Foi aí que me pegou na minha história. No meu desejo do coração de ter um trailer. Eu lembrei que preciso, antes, pagar as minhas contas e me organizar financeiramente para, depois, eu realizar este sonho.
DICA NÚMERO 3: OBEDEÇA AS LEIS
Às vezes, a gente pode ter um desejo que implicaria que nós andássemos um pouco fora delas. Leis dos homens, leis da boa convivência. Às vezes leis do tipo “não mentir” ou “não desejar o companheiro do próximo” – esse tipo de lei espiritual. Então, obedeça as leis para que o desejo do seu coração se realize sem criar confusão.
E, assim, chegamos à próxima dica…
DICA NÚMERO 4: NÃO ENTRE EM CONFUSÃO
Pode ser que o desejo do seu coração seja quase um desejo revolucionário, mas você quer mesmo entrar numa confusão geral? Eu tenho um amigo que brinca com isso. Ele diz que a confusão está ali na frente e tem gente que vai correndo pra lá.
DICA NÚMERO 5: FAÇA AS PESSOAS FELIZES
Por último, na medida do possível, faça as pessoas felizes! Faça a sua parte.
Então, essas cinco dicas você pode colocar na sua balança do lado da razão. E, assim, por meio delas, desse “medidor”, eu vejo se o desejo do meu coração pode ser satisfeito agora. Porque, de modo algum, eu vou te dizer para abandonar um desejo do seu coração.
Mas desejo do coração a gente trata como uma criança que pede algo para o seu pai ou sua mãe.
Como uma criança, a gente espera sem desespero o dia certo para ganhar o nosso presente, o tal desejo do coração que temos. E usando a razão para saber se está na hora desse desejo se realizar, ou não.
E, se ainda não for, tudo bem. Por que quem sabe mais o que é melhor para nós é o papai ou a mamãe. Ou, no nosso caso, o papai do céu! Então, é isso: entre o coração e a razão, fique com os dois. Seja razoável e tenha sempre à frente de tudo isso o seu bom senso, sem abandonar a experiência que o seu coração deseja.